sexta-feira, 6 de março de 2009

Apresentação e Biografia

Interdisciplinar: Design e Animação
Tema: Design e Mobilidade: Fotografia
Subtema: Christian Boltanski

Christian Boltanski é um dos principais artistas dos anos 1960 e 1970. Boltanski constrói um espaço ficcional que tem como intenção substituir a sua experiência. Utiliza como tema a sua vida pessoal (verdadeira ou reinventada), a memória, a identidade, a ausência, a perda e a morte. Seu trabalho se baseia em construir uma autobiografia imaginária.

Além de fotografias o artista também realizou produções como publicações de livros, catálogos, filmes, retratos. Na qual o artista mostra o seu fascínio pela memória coletiva anônima.

Encontrei esse trecho nesse blog, achei muito interessante.


(No Museu Guggenheim de Bilbau)

As pessoas não estão ali. São retratos
cujos corpos a morte deve ter levado,
a uns durante a guerra que os evoca,
a outros no fim do tempo de cada um,
restando o esquecimento que os envelhece.
Talvez seja a razão de as fotos serem
todas de tamanho igual e Boltanski
as alinhe como campas suspensas da parede.
Os vivos caminham sem ruído, a olhar
em busca de algo que seja luz,
entre lâmpadas votivas como velas,
e nesse recanto de três muros não há luz
senão a de existirem e desnudarem
a ausência que os olhos acentuam.
É um réquiem sem nada a que aspire.
Nem o amor vale ao destino
de se ter nascido como aquela gente.
Nem os beijos que se buscam
ou os corpos que se dão para serem num.
Não há nada que redima.
Um menino diz o meu nome é Peter,
morri no bombardeamento de Aschaffenburg.
Outro é Bulie e chama Roswitha!
e a irmã não responde nem ouve.
Há amor também, desejo, risos, mais crianças.
Tudo no entanto é vão e contrário
do que se mostra, entre as lâmpadas
em vigília e fotos de soldados nazis
como um sinal de morte, misturadas
às de cadáveres de onde se esvai o sangue
e à da mulher violada de cujo rosto,
num cair de pálpebras, nasceu a libertação.
É um deserto este recanto de museu,
uma capela de silêncio há muito encerrada.
Ou que nunca se abriu.
Boltanski chamou-lhe Humans.


fonte:
http://www.studium.iar.unicamp.br/22/03.html?ppal=2.html


Por Renata L T Deformes

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